sábado, 23 de maio de 2009

TEMPESTADES

TEMPESTADES

Lugares comuns como
Estou calejado
Magoado
Pois foram tantas vezes

Que me deceparam
Com guilhotinas de desamor
A ilusão que me fizeram sangrar
Abortando sentimentos

Que deveria eu ante tantas curretagens
Ter sucumbido
Fazendo da dúvida um escudo
Mas, não mudo

Crio
Mesmo assim
Segui vivendo
Morrendo a cada sopro

As vezes quase louco
Na dispnéia do sufoco
Exaurido
Como quem sofre do mal sem cura

As tempestades que se sucederam
Que mostrariam nada ter
Restado de minha juventude
Superar não sei como pude

E cri
Crendo serem os sentimentos
Como a concepção
Se para abortar logo
Porque conceber?

Porque?!Fazer crer que germina
Uma vida
Se duvida

Que haverá sentido
Em seres unidos
Para que vender a ilusão
Para deixar o sentimento perdido

Não colha rosas
Para deixá-las ao sol murcharem
Não sejas carrasca

Acionando guilhotinas
Para matarem sentimentos
Pois eles são a força motora
Que dão a vida
Todo o sentido.

Um comentário:

Carlos Roberto Goulart disse...

"Não colha rosas
Para deixá-las ao sol murcharem"
Não destruo,
em nome da vaidade,
a vida que é bela por si.
Não abro portas,
se não estiver disposta a sorrir.
Se minhas mãos plantam a flor,
sei dos espinhos, não vou me iludir.
Vou em busca do sonho,
não importa do abismo que preciso subir,
que tempestades tenha de resistir,
me reconstruo a cada cair.
Sou movida a sonho e sol,
tenho luz própria e uma vida a construir...
pedaços de felicidade,
aqui e ali,
vou colhendo orvalho,
apesar da tempestade.